segunda-feira, 20 de julho de 2009

Garota já pra dentro!

Mamãe posso brincar?
Anciosamente corro e fecho os olhos.
Você vem sempre aqui?
Desesperadamente entro nesse jogo.
Queres ir para onde eu for?
Loucamente me entrego em desvaneio.
Quer brincar comigo?
Ingênuamente brinco com meu coração.
Você está ganhando?
Maliciosamente preciso brincar assim.
Podemos brincar sempre?
Infeliz mente caiu nessa ilusão boba.
Porque você brinca com os olhos fechados?
Fatal mentem pois apenas só querem brincar.
Garota já pra dentro!
Mamãe nem mais dez minutos?
Friamente corro e abro meus olhos.

Garota já pra dentro!
Parece que é cega...

Seca

Não tem explicação mais.
Lágrimas são águas
De um rio sem nascente
Que quando seca, nem a chuva
Me faz querer isso mais.

(04/09)

enfim sós

Te dou um suspiro de adeus
Que na carne amarga arde
Ao soar tanta dor nessa cara
Que pena me deu de sentir nada.

Devolvo o impuro sabor
Com um amor cuspido no chão
Não por mim nem pelo querer nasceu
Ignorância tola de um coração amado.

E no momento vão além as lembranças
Esquartejado o peito que já foi vida
Esquecida de tanto vazio em vão
E vai? Sem pretenção nenhuma de ir?

(01/09)

Máquina

A vida é um corpo
Num sistema funcional
Pura maquinaria...
E nas veias um trânsito
Da hemacia mundial
Um oxigênio monetário
Necessário e fatal
Políticos vírus
Mas ter doença é normal
Ao orgão público
Para a sua pobreza vital
Organismo podre!
Para um mundo perfeito.
E as células
Vão sobrevivendo
Se multiplicando
Cada vez mais e mais.

(04/08)

Rotina

Talvez eu me enfiei sem querer nessa rotina
Felicidade cretina desse meu ego
Só nego a verdade do mundo que eu me cansei
Porque só eu sei o que quero e para onde irei
Fui nessa! calcei uma calça fulera e decotada
Completa apaixonada por uma paixão que eu mesma criei
Pego um careta numa trans-missão forçada de alguém
E sabe que nem sofro com isso...isso é um fato
Assim eu mato aquela vontade antes de senti-la novamente
Não! E não há maldade se eu não me sentir culpada
Mas sim sou culpada por ser...
Bela despertada por um beijo seco roubado
Consciente nado contra a correnteza que me leva
É...com certeza!
Mas que aguinha maldita que sabe me enganar
Se trabalhar eleva o espírito do bolso e da moral
Me monto toda sensual, saio na rua e arrumo cem pau!
Que cara de pau...dúvida?
Mas e as dívidas será o transtorno principal
Me diz você afinal: qual a maneira ideal de se viver?
Acordar para logo morrer nessa rotina de fachada
Que nada! Feliz de quem vê sua própria satisfação
Na minha atitude então...
Acabei por me tornar uma flor particular
Dentro de um grande jardim singular ter coragem
Por somente ser na verdade quem realmente sou
Quem realmente quero ser...eu?
Dentro disso que talvez nem seja rotina
Imagina? E tudo vira uma grande ilusão...
Dentro dessa vida sobrevivida até a mágica vira rotina.

Anjo sem asas

Proucuro um anjo sem asas
Viagem alucinada de mim
Pintei seu rosto, criei seu jeito
Seu olhar...
E tenho pressa, vontade
De te encontrar
Mas um dia eu esqueço
No outro volto logo a pensar
Anjo estúpido!
Que sei que nenhum lugar está
Necessária bobagem
Viagem? Talvez...
Mas sei que em um instante
Quando me ponho a voar
Em qualquer lugar, um minuto
Lá ele estará...
Te vejo com todo o meu sangue
Te digo nada, palavras secas não soam
Somente em meu pensamento
Todo o mundo à te falar
Dentro de mim um lindo anjo
Que sei sempre
Que quero sempre
Encontrar...

(11/06)

Desejo

Imenso desejo
Que penetra
Por todos os poros
Por todo o corpo
Percorre caminhos
Mais profundos, desconhecidos
De um grande desejo
De querer sentir
Novamente aquele gosto
Ah! Seu beijo...
Forte sensação
Mera atração
Daqueles mínimos
Minutos eternos
Daqueles momentos
Meu corpo exclama
Apenas...
Por aquele desejo
Ah! Seu beijo.

(08/05)

Paixão

Pow! Explodiu meu coração
Lotou de emoção, paixão
Transbordante sensação
De um prédio voar
No escuro enxergar
Um olhar transmitir
Na dormência sentir
Teu corpo
Tua alma suar
Sem querer
A mente excitar
Em apenas sonhar
Ah! Amar...
Mil vezes amar.

(06/05)

Esperança

Estou na seção
De achados e perdidos
Dessa bagunça esquecida
Somente na esperança
De um dia...
Encontrar, reencontrar, ser encontrada.

(01/05)

Um vento

Na inspiração do vento
Batendo sobre meus cabelos
Deparei-me indiscretamente
Em um pensamento seu
Naquele instante...
Vi que nada mais fluia
Nem em mim
Nem em minha alma
Ao passar do vento
Tudo com ele ia
Somente sua essência ficava
Seu gosto, seu toque...
E as suas mãos frias
Em meus cabelos voava
Fazendo-me flutuar
Numa paixão repentina
Como um vento
Rápido e inofensivo
Revirando ao ar tudo
A sua frente...
E a me revirar

Talvez passe

Meu coração está em greve
Minha alma está de luto
Meu corpo está ausente
Depressão, febre, angústia.

Minha aura está preta
Meus sentimentos esquecidos
Meus sonhos perdidos
Amargura infinita, sem sentido
Sem nada, sem ninguém.

Nada tem importância
Ninguém é tão necessário
A vida não tem porquê
Só há um caminho escuro
deserto...
Sem nenhuma esperança se quer.

Flor

As flores
Que diferença tem?
Todas são belas
Umas mais exuberantes
Outras tão simples...
Que diferença tem?
E eu, umas dessas flores
Tão flor como as outras
Não tenho o sol nem amor.
Mas que diferença tem?
Continuo sendo uma flor
Uma simples flor
Num imenso jardim.

(07/01)